A felicidade do outro
Acho que sabemos que amamos verdadeiramente
uma pessoa quando a vemos partir,
isso nos parte em mil, e ainda assim desejamos
que ela seja feliz, mesmo se nossos mil pedaços
vagam chorando em cada canto.
Só o amor nos torna seres assim tão superiores,
capazes de tanta grandeza.
Desejar a felicidade de quem magoou nosso coração
não é assim coisa tão fácil.
Exige de nós uma força extraordinária.
Uma luta se trava em nós: parte nos empurra,
nos cega para o bom e abre nosso coração
à mágoa e outra parte se enche de ternura
com as lembranças do que de bom vivemos.
É nosso eu doente e nosso eu são dentro
de um mesmo espaço e cada qual
tentando falar mais alto.
Como desejar a felicidade de quem nos feriu?
Como passar por cima? Não somos santos,
é o que nos dizemos.
Somos feitos de carne, osso, alma e coração.
Temos sentimentos... e os bons ficam assim
tão miúdos quando os maus aparecem...
Só mesmo um coração maior que nós e nosso eu
para vencer uma luta como essa.
Só mesmo um amor sem tamanho
e uma bondade sem limites.
O amor é uma água bendita!
Ele lava as mágoas, ele purifica, deixa branco,
sem mácula.
Se você for capaz de perdoar a alguém que
feriu seu coração e ainda desejar a felicidade dele,
saiba que o amor é o dom maior que vive
no seu ser e que você é uma pessoa
bem-aventurada!
E pessoas bem-aventuradas não só caminham
com a felicidade do lado, elas caminham
de mãos dadas com ela e vai chegar fatalmente
o dia em que essa felicidade vai abraçá-las.
Letícia Thompson
sábado, 14 de novembro de 2009
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