quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

A lenda do amor

A lenda do amor




Era uma vez o amor...
O amor morava numa casa
assoalhada de estrelas
e toda enfeitada de sóis.
Mas não havia luz na casa do amor,
porque a luz era o próprio amor.






E então o amor queria uma casa mais linda para si!
- Que estranha mania essa do amor!
E fez a terra,
e na terra fez a carne,
e na carne soprou a vida,
e na vida imprimiu
a imagem da sua semelhança.
E a chamou de ser humano.






E, dentro do peito do ser humano,
o amor construiu a sua casa,
pequenina, mas palpitante,
inquieta e insatisfeita com o próprio amor.




E o amor foi morar
no coração do ser humano
e coube todinho lá dentro,
porque o coração do ser humano foi feito para o infinito.






Uma vez, o ser humano ficou com inveja do amor.
Queria para si a casa do amor, só para si,
como se o amor pudesse viver só.




E o ser humano sentiu uma fome torturante e comeu!...







O amor foi-se embora do coração do ser humano.
O ser humano começou a encher seu coração:
encheu-o com a riquezas da terra e ainda ficou vazio.






E o ser humano, triste, derramou suor para ganhar a comida.
Ele sempre tinha fome e continuava com o coração vazio.
E, uma vez, resolveu repartir seu coração inútil
com as criaturas da terra.




O amor soube... Vestiu-se de carne
e veio também receber o coração do ser humano.





Mas o ser humano reconheceu o amor e o pregou numa cruz.





E continuou a derramar o suor para ganhar a comida.
O amor então teve uma idéia:
vestiu-se de comida, disfarçou-se de pão e ficou quietinho.





Quando o ser humano
faminto ingeriu a comida,
o amor voltou à sua casa, no coração do ser humano.



E o coração do ser humano se encheu de plenitude.



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PUBLICADO 28 01 2010 AS 16:59 HRS

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