sexta-feira, 10 de julho de 2009

Certezas




Certeza
é a paixão que fica
para desesperar, e encher de inseguranças
as lacunas de uma alma despreparada






Certeza
é a dor que corrói por dentro
e deixa apenas a velha carcaça
para que algum pobre moribundo
possa fazer sua simplória morada





Certeza
não é só mais uma
é o amor vivo, pulsante no coração,
que, sem vacilar, se pudesse, trocaria
todo sangue por um momento de vida feliz






Certeza
é amor descontrolado
que, como a primeira onda a encher um novo açude,
causa imprevisíveis desequilíbrios
ainda mais se for de rio caudaloso
em barragem intocada.





Certeza
é o inseparável tormento que dá de sentença
a inesquecível lembrança das poucas vezes
em que se vê,
em que se fala com ela, deliciando
o tom suave do timbre.
Inesquecíveis recordações...





Certeza
são os momentos imortais em que se pôde conhecê-la,
raros, como as mais puras pérolas do fundo do mar
e que, como tais, tiveram seu preço.
São estas as certezas de hoje:





O amor
que não se pôde desfrutar
desmerecimento da migalha do carinho.
Nobreza demasiada.






Perto da certeza, qualquer outro amor
é paixão passageira
sazonal como a mais curta das estações
vai-se embora com a mais leve brisa
por dentre os labirintos do coração...
e, esvaindo-se embora, lança-se
para as lacunas do esquecimento,
e, em seu lugar, vazio, e mais certezas:





A mais profunda e bela das paixões
jamais passa
é como tatuagem em pele intocada:
Com o tempo as cores podem ir-se desbotando,
mas os traços, marcantes,
esses permanecem,
e nem o mais hábil dos cirurgiões
consegue disfarçar suas profundas
e destoantes cicatrizes...





O amor, loucura eterna
jamais passa,
é o fogo que coloca o coração em brasa
ao mais insignificante contato,
à mais vaga recordação.
No estágio da existência
onde a única cor que parece prevalecer
é o cinza,
a certeza é o azul do céu nublado.





Não se vê,
não se sente o latejar dos olhos,
ao ver a cor vibrante
mas sabe-se que é mais nobre e marcante
que as passageiras tempestades de verão
ou que as arruaceiras nuvens
do começo da primavera
pois após essas chegarem
com toda força e grandeza,
desfazem-se em gotas de chuva intermitente
deixando-se transparecer,
voltando a mostrá-la
em todo o esplendor.



É esperado estar em tórrida tempestade,
no meio do mais temível dilúvio,
no mais sórdido pesadelo.





Aceita-se tudo
desde que
se possa viver
para ver, ao menos uma vez mais,
o inigualável azul anil
do céu da alma,
na suprema companhia
da certeza,
da paixão Sonho




Estou querendo te ver,
eu queria te abraçar.
Mas, não adianta querer.
Dormes em outro lugar.
Sei, por bem te conhecer,
que até estás a sonhar...





Mas...já encontro o caminho...
Sei como vou te alcançar...
Entro em teu sonho, ...mansinho...,
Leve, pra não te acordar.
E aí... te faço carinho...
Até o desejo passar...



desc autoria

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