quarta-feira, 13 de maio de 2009

CAVALEIRO DO AMOR



Um dia, numa praça, um jovem exibia seu coração, o mais bonito daquela cidade. Uma grande multidão se aproximou e admirou aquele coração, pois era perfeito. Não havia nele um único sinal que lhe prejudicasse a beleza.
Todos reconheceram que realmente era o coração mais bonito que já haviam visto.
O jovem estava vaidoso e o ostentava com crescente orgulho.




De repente um velho homem, montado num cavalo, surgiu do meio da
multidão, desceu ao chão e bradou: "Seu coração nem de longe é tão
bonito quanto o meu!"



O jovem e a multidão olharam para o coração do velho homem: batia
fortemente, mas era cheio de cicatrizes. Havia lugares onde faltavam
pedaços e também partes com enxertos que não se encaixavam bem, que
tinham as laterais ressaltadas.




A multidão se espantou:



"Como pode ele dizer que seu coração é mais bonito?"



O jovem olhou para o coração do velho homem e disse, rindo: "O senhor
deve estar brincando! Compare seu coração com o meu e veja. O meu é
perfeito e o seu é uma confusão de cicatrizes e emendas!"




"Sim" , disse o velho homem. "O seu tem aparência perfeita mas eu nunca
trocaria o meu por ele. As marcas representam pessoas a quem dei o meu
amor. Eu arranquei pedaços do meu coração
e dei a elas e, muitas vezes,

elas me deram pedaços de seus corações para colocar nos espaços
deixados; como esses pedaços não eram de tamanho exato, hoje parecem
enxertos feios e grosseiros,
mas eu os conservo como lembranças de amor
que dividimos.




Algumas vezes eu dei pedaços do meu coração e as pessoas que os
receberam não me deram em retorno pedaços de seus corações: esses são
os buracos que você vê. Dar amor é arriscar.


Embora esses buracos doam,
eles permanecem abertos, lembrando-me do amor que tenho por aquelas
pessoas, e eu tenho esperança de que um dia elas me dêem retorno e
preencham os espaços que ficaram vazios. Agora você consegue ver o que
é beleza de verdade? "




O jovem ficou em silêncio, com lágrimas rolando por suas faces.
Caminhou em direção do velho homem, olhou para o próprio coração e
arrancou um pedaço, oferecendo-o com as mãos trêmulas.





O homem pegou aquele pedaço, colocou no coração e tirando um outro
pedaço do seu, colocou-o no espaço deixado no coração do jovem. Coube,
mas não perfeitamente, já que havia irregulares beiradas.





O jovem olhou para o seu antes tão perfeito coração. Já não tão
perfeito depois disso, mas muito mais bonito do que sempre fôra, já que
o amor do velho homem entrara nele.





Diante da multidão que os observava em respeitoso silêncio, eles se
abraçaram e saíram andando lado a lado, seguidos pelo cavalo, cujas
patas batendo no solo emitiam o som de corações pulsando ...
Como é o seu coração? Quantas marcas de amor que trocamos trazemos em
nosso ser? Quantos espaços vazios deixamos em outros corações.





Autor: Desconhecido

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